Estou fazendo um curso de Improviso para Iniciantes com o apresentador, palhaço e improvisador Marcio Ballas. Se você não sabe quem é Marcio Ballas ou nunca ouviu falar de Improviso Teatral, assista o vídeo abaixo, do espetáculo “Improvável”, grande sucesso no YouTube.

O que um professor de Didática, Mercado Financeiro e Finanças Pessoais está fazendo num curso de improvisação? Aprendendo, e muito. Quero desenvolver ainda mais a minha metodologia didática. Hoje foram quatro horas de muita inspiração, imaginação e transpiração.

Uma observação interessante sobre o formato do curso: já vi vários professores reclamarem da heterogeneidade de uma turma. Criticam o processo de seleção da escola, pois deixa passar gente boa e também alunos muito fracos, dificultando a condução do professor e o aproveitamento de todos. Pois bem, hoje eu conheci a turma mais heterogênea da minha vida, e a aula foi ótima. Foi muito legal ver a interação de uma galera composta por mais de 25 alunos, formada por pessoas de 15 a 50+ anos, psicólogos, consultores, escritores, engenheiros, vendedores, alguns “perdidos” e vários “achados”. Comprovei na prática que uma aula bem planejada, adaptada ao público-alvo, que tira o máximo de cada um (não importando o ponto de partida), supera o dito “problema” da heterogeneidade.

Dois pontos técnicos de improvisação teatral me chamaram muito a atenção, que não tem nada de improvisado (no sentido de despreparado):

1. Escuta: como executivo e gestor de equipe, sempre recebi treinamentos oferecidos pelo RH para desenvolver escuta ativa, visando melhor comunicação com pares e melhor feedback para os liderados. Improvisação trabalha muito bem este ponto, pois exige rapport, estado de prontidão, entrega total do improvisador à cena que vai sendo desenhada pelos participantes. Improvisação não se faz sozinho, então tive que olhar nos olhos, focar, dar atenção, ouvir atentamente e escutar verdadeiramente meus companheiros. “Escuta seria estar aberto e permeável, poroso e receptivo para as propostas que vem” (Rhena de Faria). Estar conectado e prestar atenção é fundamental para aceitar a oferta (dentro da estrutura de espetáculo de improvisação, qualquer coisa nova que surge no espetáculo, seja por parte de um ator ou da plateia ou, ainda, uma casualidade, é denominada oferta. Quanto mais participativas e mais interessantes forem as ofertas, mais estimulados sentir-se-ão os jogadores).
2. Rebote: depois que você escutou de verdade e aceitou a oferta, chega a hora de você continuar a estória, fazendo livres associações. Pegar algo novo, inesperado, e manter a fluidez da estória é uma arte. O esquema é escutar, fazer o rebote e o desenvolvimento deste rebote, continuando a cena até devolver uma nova oferta para o seu companheiro, e assim se desenrola, tudo criado na hora, no momento, sem ensaio. Me senti muito livre hoje. LIBERDADE. Sem rótulos ou preconceito.

Professor:

O quanto você tem escutado os seus alunos?

Como está a sua prontidão para com seus alunos e o seu nível de entrega?

Quanto das suas aulas é construída baseada no que os seus alunos demandam e te ofertam?

Os seus alunos sabem fazer participações construtivas? Os comentários deles levam a discussão adiante? Eles levam em consideração as ideias dos colegas e fazem associações com o próprios conhecimentos?

Amanhã tem a segunda e última aula do Improviso Iniciantes e estou curioso para saber o que vou aprender. Depois eu conto num próximo post. Caso tenha interesse de conhecer mais sobre improvisação teatral, tem este ARTIGO no site da Universidade Mackenzie e os cursos da Casa do Humor.

Vídeo bônus para quem tem meia horinha pra relaxar e dar algumas risadas. Perceba como é difícil improvisar e o quanto exige de Escuta e criatividade para o Rebote: